quinta-feira, 5 de maio de 2011

Cata vento

@jaquelynediniz
Minha jangada em alto mar, gritando pra ancorar na sua ilha emprestada, naquele cais que é porto pra todo o mundo.
É perigoso estar no meio do olho do furacão.
Quem disse que é pra ser seguro?
De seguro só o cais.
Sua ilha e seu mundinho, pequenininho, olhando da praia o quão imenso é o mar.
Mas é inseguro.
De segura só a praia.
Ou seria só o cais?
Inseguro é o mar com sua imensidão. Imensidão que tem cor.Azul.
O infinito é azul assim como os olhos que me perdi ao fitar um dia. Mas os olhos que me perco agora são castanhos, lacrimejantes olhos castanhos de dono de pele morena.
Sinto o cheiro do perigo ao atravessar a tênue linha entre nós. Linha entre a praia e o cais.
Quase mar de tão intenso, mas ainda assim tão inseguro.
Mas quem precisa de segurança?
Eu não quero ser cais.
Eu quero ser praia, eu quero ser mar.
Quero ser a jangada em busca do porto e se embreaga.
Ser a jangada sem remos em meio a tempestade, sem guia, sem freio, sem jeito até pra naufragar.

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